Trabalhos escolares
Na década de 1830, negros de Serra Leoa que estavam sendo levados num navio negreiro espanhol, como escravos, de um ponto para outro de Cuba, se revoltam e conseguem assumir o comando do navio, obrigando o capitão e o piloto, únicos brancos que sobraram vivos da revolta, a se dirigirem de volta para a África. Ainda na costa dos Estados Unidos, entretanto, o navio sob o comando dos negros é apresado por um navio de guerra americano, e os negros são feitos prisioneiros em terra, em território americano.
Inicia-se então um complexo julgamento num tribunal federal regional dos Estados Unidos, em que são partes a rainha Isabel 2.a da Espanha, uma menina pré-adolescente, que afirma serem os negros escravos de propriedade da Coroa espanhola; dois empresários de Cuba, que afirmam terem comprado os negros como escravos num ponto de Cuba e que eles estavam sendo transportados para outro ponto de Cuba exatamente para serem entregues a eles, empresários; e os próprios negros, representados por advogados americanos abolicionistas, que querem a sua liberdade.
Inicialmente a causa dos negros parece perdida, pois a escravidão, na época, era legal nos Estados do Sul dos Estados Unidos e o país tinha um tratado com a Espanha que mandava entregar à Espanha os escravos das colônias espanholas que fossem apresados em águas americanas.
Mas os advogados dos negros descobrem que a lista dos negros do grupo, apresentadas pelos empresários de Cuba como prova de que os negros eram escravos e de sua propriedade, era na verdade uma lista dos negros que haviam sido levados de Serra Leoa para Cuba por um navio português. Isso era importante, pois na época o tráfico de africanos já tinha sido abolido nos Estados Unidos e a legislação americana só reconhecia como escravos quem tivesse nascido escravo, isto é, filho de escravos. Se aqueles negros tivessem nascido livres em Serra Leoa – que era uma colônia britânica e a Grã-Bretanha já tinha abolido não só o tráfico como a própria