O que leva uma mãe a abandonar o seu filho?
Sempre houve na história da humanidade mães que não quiseram ou se omitiram de criar seus filhos, mas nunca antes houve tantos casos de abandono como no presente século. Qual seria a razão? A falta de alimento? O desemprego? As crises existenciais ou ainda a falta de compaixão no coração humano?
O tempo angustiante da modernidade em plena era tecnológica nos faz enxergar além dos padrões casuais como desemprego ou falta de condições financeiras. Somos neste tema obrigados á reportar a historia como contribuinte para o grande numero de abandonos, além da falta de estrutura psicológica e social.
O abandono na História
Sabe-se da existência de casos de abandono de crianças em praticamente todas as grandes civilizações da Antigüidade. Na tradição judaica, dois exemplos fortes e centrais de abandono aparecem nas escrituras do Antigo Testamento – Ismael e Moisés. Ismael não ser o filho da promessa divina viu-se á própria sorte em pleno deserto lutando para sobreviver. Moisés entregue ás águas do rio Nilo por pais amedrontados que preferiram ter o filho nas correntes águas da sorte que vê-lo morrer por mãos de soldados implacáveis de faraó.
Na Bíblia, bem como no Talmude, há numerosas alusões ao abandono de bebês, o que mostra a freqüência do costume. A mitologia e a filosofia também mencionam. Édipo, filho de Laio e Jocasta, Júpiter, deus da Luz, Hércules e Esculápio (filho de Apolo) são alguns exemplos. Platão, em A República e Aristóteles, na sua Política trataram o tema (Marcílio, 1998).
No Brasil colônia os amores sensuais espalharam-se canto á canto, a frouxidão civil e religiosa em suas imposições de normas falhas tornava possível ao colono português amasiar-se, lembrando que no começo da colonização os casamentos legítimos eram escassos, o predomínio dessa prerrogativa pertencia á classe dominante motivada por interesses patrimoniais e status. O concubinato e a junção de pessoas como alternativa conjugal