O que falta para sermos grandes
Professor Cleverson Costa
A indústria da saúde e do bem-estar deve movimentar 1 trilhão de dólares até a primeira década deste século¹. Você pode chamá-la de indústria de fitness ou do wellness, do jeito que achar melhor. Isso porque somente escolher um termo adequado para defini-la não vai lhe garantir uma fatia desse bolo. Para catapultar sobre a oportunidade que ela representa, o setor de academias precisa de uma mudança de conduta gerencial. Em outras palavras, é preciso profissionalizar o gerenciamento das academias de ginástica. Mas o que isso significa? O que é gestão profissional?
Não é preciso reinventar a roda. Basta aplicarmos técnicas gerenciais já testadas e aprovadas em outros segmentos. Precisamos fazer o chamado benchmarking, ou seja, a aplicação das "melhores práticas" para melhorar a forma como se executam os serviços nas academias e conduz-se sua gestão. Como exemplo simples e de fácil entendimento (como um bom exemplo deve ser) vejamos um comparativo com a recepção em academia com a de uma empresa do setor de hotelaria.
No hotel, não importa a hora do dia ou como você esteja vestido, você sempre será recepcionado com um cumprimento formal seguido de uma oferta de ajuda: "Bom dia Senhor. Em que posso ajudá-lo?". Ao andar pelo hall e cruzar olhares com qualquer funcionário, é grande a chance de você ser cumprimentado por ele. Isso está no DNA da empresa hoteleira e no setor de turismo como um todo. Faz parte do conceito de hospitality que impregna a todos os que trabalham nesse setor.
Como é a recepção dos clientes na academia? Os membros do staff cumprimentam formalmente os clientes (hóspedes)? Ou a forma de cumprimentar parece-se mais com o cumprimento de membros de uma gangue de rua: "E aí velho? Beleza? Vai pegar pesado hoje?". O argumento mais comumente utilizado para justificar essa conduta é o de que a academia "é um lugar descontraído" e que "as pessoas querem se sentir à vontade".