Filologia românica
O latim é uma língua indo-européia cujo desenvolvimento é concomitante com expansão territorial do povo romano. No início, os romanos costumavam destruir as cidades e levar cativos seus habitantes para Roma; essa tática acentuou as diferenças entre as classes dos patrícios (ricos, dominadores) e dos plebeus (romanos pobres, e povos dominados), o que apresentou um reflexo na língua: a partir deste fato são delineadas duas grandes normas lingüísticas: o sermos urbanus, dos patrícios cultos, e o sermo plebeius, da plebe ignorante. O sermo urbanus, por sua vez, dá origem a uma norma mais refinada e estilizada, que é o sermo classicus, ou litterarius, porque foi tipicamente empregado na literatura. É também do urbanus que distinguimos o sermos familiaris ou vulgaris, que é a variante usada pelos patrícios em situação informal de fala. Não se deve confundir, contudo, o sermos vulgaris com o latim vulgar: este tem origem no sermo plebeius, que pode ser distinguido também no falar do homem do campo (sermo rusticus), do militar (castrensis) e do viajante (peregrinus). Estes, como se vê, eram os pobres e incultos plebeus, e é a partir de suas variedades lingüísticas que são formadas as diversas línguas românicas, como o português, o castelhano, o italiano, o francês, o catalão, o romeno, o provençal.
Quais as características e quais as fontes do latim vulgar?
O latim vulgar se distingue do latim clássico a partir de cinco características fundamentais, o sermo plebeius é: 1) mais simples; 2) mais analítico; 3) mais concreto; 4) mais expressivo; 5) mais permeável a estrangeirismos. Quanto a ser mais simples, verifica-se a partir de: 1) redução das dez vogais da variedade clássica para sete, seis ou mesmo cinco; 2) redução das declinação (de cinco para três); 3) o latim vulgar só conhece os numerais cardinais; 4) o gênero neutro foi assimliado pelos outros dois; 5) os pronomes também foram reduzidos