O pós moderno - Lyotard
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JEAN-FRANCOIS LYOTARD
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Contribuição à discussão internacional sobre a questão da legitimidade: o que permite dizer, hoje, que uma lei é justa, um enunciado verdadeiro? Existiram os grandes relatos, a emancipação do cidadão, a realização do espírito, a sociedade sem classes. A idade moderna recorreu a eles para legitimar ou criticar seus saberes e seus atos.
O homem pós-moderno não acredita mais nisto.
Os decisores lhe oferecem como per$pectiva o aumento do poder e a pacificação pela transparência comunicacional. Mas ele sabe que o saber,
. qu,ando se torna mercadoria informacional, é uma ~: foMe de lucros e um meio de decidir e controlar.
Onde reside a legitimidade, ap9s os relatos? Na melhor operatividade do sistema? Eum critério tecnológico, ele não permite julgar o verdadeiro e o justo. No consenso? Mas a invenção se faz no dissen- , timento. ~
Porque não neste último? A sociedade que vem ergue-se menos de uma antropologia newtoniana
(como. o estruturalismo ou a teoria dos sistemas) e mais de uma pragmática das partículas de linguagem. .
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. O saber pós-moderno não é somente o instrumento dos poderes: ele nos refina 'a senSib;.i1idade para as diferenças e nos reforça a capacid de de suportar o incomensurável. Ele mesmo não ncontra sua razão na homologia dos experts, mas na pa- I ralogia dos inventores.
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f agora: uma legitimação do vínculo, sociaf, . uma sociedade justa, seria praticáv:!fseQundo um paradoxo análogo? Emque este co~istina?
JOSÉ OlYMPIO
J_o-
EDITORA
Jean-François Lyotard é pouco conhecido entre nos. Ativo, contestador, adversário declarado dos modismos orquestrados pelos mass media, é provavelmente um dos mais brilhantes filósofos da sua geração. Nascido em 1924, seguiu um itinerário intelectual bastante comum.
Marxista durante os anos 50-60, fez parte do grupo "Socialismo e Barbárie" animado por Cornélius Castoriadis. Ativista durante a