O psicólogo nas organizações
A inserção do psicólogo no contexto de trabalho torna-se cada vez mais necessária ao pensar no ser humano e no seu cotidiano, pois, ao considerar o contexto laboral, verifica-se o quanto o ser humano é afetado por eventos relacionados ao mundo do trabalho e o quanto o trabalho e as organizações onde trabalham estão presentes na sua vida. Esta inserção da Psicologia passou por várias mudanças ao longo de sua história, tanto em relação a sua denominação quanto em relação a sua função (Zanelli & Bastos, 2004). O campo da Psicologia Organizacional e do Trabalho desenvolveu-se frente aos desafios decorrentes do contexto social, político, econômico e tecnológico que marcaram o início do século XX (Bastos, 2003).
O período inicial do estabelecimento da profissão foi marcado por fatores como o crescimento da indústria e do comércio, novos meios de comunicação e de transporte que contribuíram para uma maior mecanização da atividade produtiva e a consolidação do modelo taylorista-fordista de produção. Neste contexto, com vista para o melhor ajuste das pessoas aos respectivos cargos, a atividade dominante da Psicologia era caracterizada pela seleção de pessoal e pelo uso de testes psicológicos. A prática do psicólogo era voltada para o desempenho dos indivíduos no trabalho e para o aumento da eficiência da organização. Neste período, a Psicologia aplicada ao contexto de trabalho era chamada de Psicologia Industrial (Bastos, 2003; Zanelli & Bastos, 2004). O segundo período, pós-guerra, foi marcado pela reconstrução da economia e da reintegração dos veteranos de guerra. Com o avanço tecnológico cada vez mais acelerado, houve o crescimento da atividade produtiva. Neste período, os países vivenciaram um crescimento econômico e a Psicologia acompanhou este crescimento. Este momento foi identificado como Psicologia Organizacional. Entre as principais atividades do psicólogo organizacional destacavam-se a seleção de pessoal, avaliação de