O profano e o Tempo Sagrado
Nesse capitulo, a escritora Mircea Eliade descreve a duração profana e tempo sagrado, tal como o espaço, nem homogêneo nem continuo. O homem religioso vive assim em duas espécies de Tempo, das quais a mais importante, o Tempo sagrado , se apresenta sob o aspecto paradoxal de um Tempo circular, reversível e recuperável, espécie de eterno presente mítico que o homem reintegra periodicamente pela linguagem dos ritos. O Tempo basta distinguir o homem religioso do homem não-religioso. Em relação ao homem religioso, existe uma diferença essencial: este último conhece intervalos que não participam da duração temporal que os procede e os sucede, que tem uma estrutura totalmente diferente e uma estrutura totalmente diferente e uma outra “origem”, pois se trata de um tempo primordial, santificado pelos deuses e suscetíveis de tornar-se presente pela festa. Para um homem não-religioso essa qualidade trans humana do tempo litúrgico é inacessível, para ele o Tempo não pode apresentar nem rotula, nem “mistério”: constitui a mais profunda dimensão existencial do homem, está ligado á sua própria existência, portanto tem um começo e um fim, que é a morte, o aniquilamento da existência. A Autora cita vários mitos, um deles é um exorcismo assírio contra dor de dente: Depois de o deus Anu ter feito os céus, os céus fizeram a terra, a terra aos rios, os rios os canais, os canais as lagoas, e as lagoas o verme. “ O verme dirige-se em ‘lagrimas” ás divindades Shamash e Ea, pedindo-lhes frutos, mas o verme exige dentes humanos. “Porque falaste assim, ó verme, que Ea te parta com sua mão poderosa!”. (Pg.76) Mircea Eliade explica que em Nova Guiné, numerosos mitos falam de longas viagens pelo mar, fortalecendo assim ‘modelos aos navegadores atuais’, bem como modelos para todas as outras atividades,” quer se trate de amor, de