TEMPO PROFANO
Primeiramente é preciso definir os termos e diferenciar o que pertence ao contexto sagrado e o que pertence ao contexto profano.
O profano é o caos, o instável, o relativo e inconstante, sem uma realidade definida (e definitiva). Para a pessoa religiosa o caos é o nada. Assim o espaço profano que causa terror.
O Sagrado por sua vez é o cosmos, o constante, verdadeiro, a única realidade. Sagrado do hebraico Kadosh (separado) e do latim Sanctus (separado). Assim sagrado é diferente de banal.
Portanto para a pessoa religiosa o espaço não é homogêneo, existem rupturas. Existem espaços qualitativamente diferentes de outros. O espaço sagrado é aquele onde há significado, é o único real e verdadeiro diferente do espaço profano que carece de significado e forma.
Sendo o sagrado a única realidade “a manifestação do sagrado funda ontologicamente o mundo” (Mircea Eliade), assim o espaço sagrado é a única maneira de se aproximar do mundo sagrado. O Espaço sagrado passa a ser o “centro do mundo” e este é sempre designado por um símbolo que coloca em comunicação os mundos terrestre e supra-terrestre. Interessante notar que os símbolos em si são muitas vezes suficientes para sacralizar um ambiente.
O Tempo Sagrado
Um momento sagrado se diferencia dos demais momentos porque sagrado é sempre aquilo que é (ou seja, aquilo que é em si, não depende de nada mais – por ex.: para Deus o tempo não passa, Ele não morre, ao contrário do ser humano).
A manifestação do sagrado altera a relação da pessoa com o tempo e o espaço. As festas e ritos litúrgicos são a re-atualização de um evento sagrado e como o tempo sagrado é sempre igual a si mesmo (nunca muda nem se esgota) o intuito destas festas e ritos litúrgicos é o de reencontrar este mesmo tempo original (primordial e sacro)
A vida do homem religioso acontece