O processo de desqualificação do professor e do ensino de história na ditadura militar brasileira e seus reflexos nos dias atuais
O presente trabalho está direcionado à importância do estudo articulado entre o ensino e o contexto histórico em que o enfoque educacional foi produzido. Será considerado neste trabalho a relação entre o saber/aprender e o poder. Nas palavras de Selva Fonseca: “discutir o ensino de historia, hoje, é pensar os processos formativos que se desenvolvem nos diversos espaços, é pensar fontes e formas de educar cidadãos, numa sociedade complexa marcada por diferenças e desigualdades” .
Para a compreensão dos processos de formação educacional das últimas décadas do século XX e início do século XIX investigaremos nosso passado histórico pós Revolução de 1964: as mudanças sociais, politicas e culturais e seus efeitos sobre os processos educacionais.
O período revolucionário é conhecido por diversas mudanças e intervenções, mas, no plano educacional, deu-se a burocratização do ensino publico o uso de métodos pedagógicos que restringiam a liberdade do aluno e do professor, entre outras. Isso fez com que alguns aspectos da educação brasileira fossem conduzidos a uma submissão aos princípios da segurança nacional.
Desenvolvimento
A partir do Golpe de 1964, que instituiu o regime militar no Brasil, a mentalidade militar esteve voltada à ideologia da Segurança Nacional – uma herança do contato entre brasileiros e americanos a partir da Segunda Guerra Mundial.
O interesse norte americano, desde os primeiros dias, na ditadura brasileira já se delineava. Logo após ser comemorado o sucesso da Revolução, chefes militares da Aeronáutica, juntamente com representantes de países americanos, reuniram-se no Rio de Janeiro. Nesta reunião, segundo Nelson Sodré , as peculiaridades de cada país foram negligenciadas, pairando entre todos um consenso anticomunista – derivado da ideologia da segurança nacional.
Os trabalhos acadêmicos já esclareceram que a Escola Superior de Guerra foi a criadora e principal propagadora da Doutrina de Segurança Nacional, pois, a própria