o processo civilizador

1674 palavras 7 páginas
É no segundo capítulo do livro que Elias mostra, com a exposição de uma série de exemplos retirados de documentos de experiência histórica, a transformação do comportamento humano, a elevação do patamar de vergonha e embaraço, na direção de um maior controle das emoções, ocorrido na sociedade ocidental a partir da Idade Média. Elias faz referência principalmente ao tratado para a educação de crianças “De civilitate morum puerilium” (Da civilidade em crianças), de Erasmo de Rotterdam, como um indicador do processo civilizador em andamento, por ter sido escrito em 1530, uma época de declínio da nobreza guerreira do feudalismo e da formação de uma nova aristocracia das cortes absolutistas. Em outras palavras, era um momento em que se dava a formação de um novo espaço social, com uma nova estrutura de relações entre os indivíduos e grupos no sentido de uma maior interdependência e que, portanto, exigia um novo padrão de conduta, uma nova modulação das estruturas de personalidade.
Norbert Elias passa a expor como as estruturas das relações sociais na Idade Média não compeliam os indivíduos a controlar suas emoções, sua agressividade ou a abster-se de suas funções corporais na frente de outras pessoas. Não obstante, é válido salientar que o autor traça um cenário do medievo em que reinam a incerteza e a insegurança, embora as explosões de violência e agressividade aparecessem repentinamente, quando sorrisos e diversões dariam lugar a frases mal colocadas, originando o estopim de um subseqüente conflito físico. No entanto, os padrões de comportamento vigentes não excluíam do convívio social (nem ao menos no nível simbólico) os sujeitos que assim procediam, assertiva que oferece calçamento ao já explicado, constituindo a crueldade e a violência dimensões da vida social corriqueiras. Com a centralização do poder nas monarquias absolutistas, e uma vida de maior interdependência entre os elementos das cortes, a moderação e o controle dos impulsos tornaram-se necessários

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