O problema da indução
O problema da demonstração indutiva está em como caminhar de dados singulares para uma conclusão universal. Esta caminhada se apresenta, sobretudo, difícil para as doutrinas empiristas, que em princípio, reduzem os dados individuais à sua individualidade apenas.
Um dos problemas básicos da filosofia do conhecimento diz respeito à justificação das leis e teorias científicas; para saber se são verdadeiras utilizam-se a dedução e a indução, ou a combinação destes dois processos. Relativamente à dedução não há controvérsias, uma vez que os processos lógico-dedutivos estão bem definidos. O problema do raciocínio indutivo está no fato de que, contrariamente à dedução, a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão.
A observação científica não é simples observação de fatos: a ciência não parte da observação dos fenômenos, mas da formulação de problemas. Observado ou analisado o fenômeno, o cientista passa à formulação de uma hipótese que o explique; essa hipótese, embora se relacione com os dados da observação, não deriva diretamente deles; no entanto, a indução está na base de muitas hipóteses. A partir dos casos observados pode-se formular uma hipótese que explique não apenas esses casos, mas todos os da mesma espécie. Hume criticou esse salto no desconhecido (a passagem da análise de casos particulares para o caráter geral da hipótese) indicando que formulada a hipótese, deve-se deduzir as conseqüências que não puderam ser diretamente verificadas; a seguir, faz-se a constatação experimental das conseqüências da hipótese. Se estas forem confirmadas, a hipótese está verificada; caso contrário, será rejeitada (e, eventualmente, formulada uma outra).
O método científico não é exclusivamente indutivo; o indutivismo experimental (e uma visão inteiramente mecanicista da Natureza) foi posto em questão pelo princípio de indeterminação de Werner Heisenberg (1901-1976) [11].
A relação entre a hipótese e a experiência é o aspecto mais