DISCUSSÃO DO PROBLEMA DA INDUÇÃO
Caio Ramon Estêves do Nascimento1
CHALMERS, Alan. Capítulos I e II In: O que é ciência afinal? Tradução de Raul Filker. Brasília: editora Brasiliense, 1993.
Inicialmente no primeiro capítulo de sua obra "O que é ciência afinal?", Alan Chalmers afirma e enfatiza com precisão e plena segurança que o conhecimento científico é um conhecimento provado, onde só são postuladas ideias concretas e reais, geralmente com base em experimentos. De acordo com o autor, se quisermos estudar e entender a natureza que nos cerca, devemos analisá-la de forma direta, e não com base em registros de outrem, sendo a experiência considerada pelo mesmo a fonte do conhecimento. Porém, surge uma indagação a ser respondida e explicada: sendo a ciência algo tendo como base a experiência, por quais meios se pode extrair as afirmações universais (que constituem o conhecimento científico) das afirmações singulares (que resultam da observação)? A resposta é simples e à mesma medida um tanto complexa: usando a lógica indutivista. Logo, Chalmers propõe três condições lógicas que um indutivista deve obedecer para comprovar suas teorias científicas, a primeira delas afirma que deve ser bastante expansiva a quantidade de proposições de observações para a base de uma teoria. Esta primeira condição é bastante viável e necessária, pois antes que alguma generalização possa ser feita, um grande número de observações independentes será preciso, para que assim o indutivista não conclua ideias de forma precipitada. Logo, uma lista com proposições feitas em cima de uma observação sempre nas mesmas condições formaria uma série de proposições muito vaga, o que acarretaria erros. Este pensamento nos leva diretamente para a segunda proposição de Alan Chalmers, que as observações devem ser repetidas sob uma extensa variedade de condições distintas. Logo, se não ocorrerem os eventos esperados realizados sob uma grande variedade de condições,