O problema da indução
Mas consideremos então este raciocínio: * “Se todos os que estavam a bordo do navio morreram afogados e a Marisa estava a bordo do navio, então a Marisa morreu afogada”.
A partir deste raciocínio podemos dizer com certeza absoluta que Marisa morreu afogada? * Não! Isto não prova que a Marisa morreu afogada; ela pode não ter estado a bordo e talvez nem todos os que estavam a bordo morreram afogados. Sabemos apenas que se todos a bordo do navio morreram afogados e ela estava a bordo do navio, então ela morreu afogada. * Os argumentos indutivos não são como os argumentos dedutivos. Os argumentos indutivos não são dedutivamente válidos e a conclusão não se segue logicamente das premissas. As premissas apenas fornecem indícios para a conclusão; fazem a conclusão mais provável mas não certa. Se todas as vezes que largaste uma pedra, ela caiu, consideras provável que ela caia também da próxima vez.
O princípio da causalidade (indução), de acordo com D. Hme, baseia-se, justifica-se no hábito ou costume (conjunção constante); não tem uma justificação indutiva:
* Podes dizer que isso é certo. Mas não é de forma alguma logicamente certo: "Caiu mil vezes, logo cairá da próxima vez", não é um argumento logicamente válido. No entanto, se certos acontecimentos naturais, como pedras a cair, ocorreram milhares de vezes no passado, sem nenhuma exceção, confiamos que acontecerá o mesmo da próxima vez. Consideramos o facto de ter acontecido sempre da mesma maneira no passado como uma evidência de que vai continuar a ocorrer assim no futuro. Podes dizer que isso é certo. Mas não é de forma alguma logicamente certo:
O problema da causalidade