O problema da indução. Um dos problemas básicos da filosofia do conhecimento diz respeito à justificação das leis e teorias científicas. Tradicionalmente a resposta a esta questão tem sido buscada através da dedução ou da indução, assim, o valor de uma teoria ou de uma lei, estaria no valor da indução e da dedução como processos lógicos e seguros para buscar a verdade. Porém a dedução não garante a veracidade das proposições iniciais ou premissas. O que assegura é a veracidade da conclusão, supondo-se as premissas verdadeiras. Quando se diz que “a” é igual a “b” e que “c” é igual a “a” deduzimos que “b” seja igual a “c”, se todas as premissas forem verdadeiras. Vê-se, portanto que a dedução diz respeito apenas á forma do raciocínio correto. Pensou-se que a indução seria o método adequado para complementar as lacunas apresentadas pela dedução e suficiente para a definição da veracidade das proposições em estudo. Entretanto; tal não aconteceu, pois, diferentemente da dedução, a indução deixa de situar-se no plano lógico, mas se refere aos enunciados que são tirados dos fatos. É a indução que nos leva a esperar que o futuro seja semelhante ao passado. Já bebi café muitas vezes, mas nunca me envenenou, por isso presumo, com base num argumento indutivo, que o café não me vai envenenar daqui para frente. Sempre vi o dia seguir-se à noite, por isso presumo que continuará a fazê-lo. Sem o princípio da indução, a nossa interação com o meio seria completamente caótica: não teríamos bases para presumir que o futuro seria como o passado. Não saberíamos se a comida que nos preparamos para ingerir iria alimentar-nos ou envenenar-nos; não saberíamos a cada passo se o chão iria sustentar-nos ou abrir-se um abismo, etc. Toda a regularidade prevista do nosso meio estaria aberta à dúvida. Porém não se pode utilizar-se desses métodos para justificação de leis e teorias cientificas, pois nem sempre as premissas da dedução serão