O problema da incredulidade no século xvi: a religião de rabelais
Por Fabiano Rodrigues da Silva
A obra publicada em 1942 é da autoria de Lucien Paul Victor Febvre co- fundador, juntamente com Marc Bloch, da célebre revista Annales, com uma produção extensa de crítica historiográfica nesta mesma revista. Destacou-se como um dos precursores da História das Mentalidades, assim como também do conceito de história problema.
A obra possui a Apresentação do medievalista Hilário Franco Júnior, especialista em Idade Medieval Ocidental. Este inicia suas considerações pela descrição da participação de Lucien Febvre na co-criação da revista Annales d’histoire économique et sociale em 1929, posteriormente denominada, em 1946, Annales: économies, sociétés, civilisations. Com a proposta de renovar as reflexões metodológicas a respeito da pesquisa histórica, através da conscientização da importância do papel do historiador em relação a documentação, da escrita histórica a partir de questionamentos concretos feitos a esta documentação e que tais questionamentos partem do presente e assim são influenciados por ele. Concebendo, a partir destas reflexões, em 1933 a idéia de que “se não há problema, há apenas o vazio”, enquadrando-a e transformando-a, em 1941, na expressão “historia-problema”. Neste sentido Lucien Febvre, segundo Franco Junior, tem sua produção literária voltada a instigar novas percepções e avanço na escrita da história. E é nestes moldes que a obra O problema da incredulidade no século XVI é concebida, fluindo através da resenha que discute a Introdução feita pelo historiador Abel Lefranc das analises dos textos de François Rabelais (1438-1553). Constrói também a crítica as definições concebidas por Lefranc em relação a Rabelais e os problemas de aplicar os conceitos de incredulidade no século XVI. Desta forma o objeto principal da discussão torna-se a incredulidade e a figura de Rabelais um veículo para acessar a sociedade daquele período.