O problema da escala
O problema da Escala
De uso tão como a própria escala encontra-se de tal incorporação ao vocabulário e ao imaginário geográfico que qualquer discussão a seu respeito parece desprovida de sentido, ou de utilidade. Como recurso matemático fundamental da cartografia a escala é, e sempre foi, uma fração que indica a relação entre as medidas do real e aquelas da sua representação gráfica. A abordagem geográfica do real enfrenta o problema básico do tamanho, que varia do espaço local ao planetário. Esta variação de tamanhos e de problemas não é prerrogativa da geografia. Os gregos já afirmavam que, quanto o tamanho muda, as coisas mudaram: a arquitetura, a física, a biologia, a geomorfologia, a geologia, além de outras disciplinas, enfrentam esta mesma situação. Recentemente, as descobertas de microfisica e da microbiologia colocaram em evidência que na relação entre fenômeno e tamanho não se transferem leis de um tamanho a outro sem problemas, e isto é válido para qualquer disciplina.
Pra a autora o geógrafo tem dificuldade em se fazer entender quando utiliza os termos grandes e pequenas escalas para designar superfícies de tamanho inverso a estes qualitativos. Refere-se ao local como grande escala e ao mundo como pequena escala é utilizar a fração como base descritiva e analítica, quando ela é apenas um instrumento. A escala como questão introduz a necessidade de coerência entre o percebido e o concebido, pois cada escala sé faz o campo da referência no qual existe a pertinência de um fenômeno. O problema central nesta perspectiva é a exigência tanto de um nível de abstração como de alguma forma de mensuração, inerente à representação dos fenômenos. Nesse sentido, a escala permite tratar a questão da pertinência da medida em relação a um espaço de referência. É preciso ser justo. A escala enquanto problema epistemológico e metodológico tem sido tema de reflexão de alguns geógrafos, embora em número menor do que seria