V15a04
I ná Elias de Castro
Dep,o de Geografia - IGEOIUFRJ
A análise geográfica dos fenômenos requer a consideração da escala em que eles são percebidos. Este pode ser um enunciado ou um ponto de partida para considerar, de modo explícito ou subsumido, que a escala confere um sentido particular ao fenômeno observado.
Esta consideração poderia ser absolutamente banal se a prática geográfica não tratasse a escala a partir de um raciocínio analógico com a cartografia, cuja representação de um real reduzido se opera a partir de um raciocínio matemático. É verdade que para os geógrafos as perspectivas da grande escala e da pequena escala ainda se fazem por analogia aos mapas, criando uma enorme confusão entre os raciocínios espacial e matemático.
É preciso ser justo. A escala enquanto problema epistemológico e metodológico tem induzido alguns geógrafos a reflexões, embora em número menor do que seria esperado, tendo em vista a sua importância para a compreensão da essência de algumas questões com as quais se defrontam os estudiosos da organização espacial.
Enquanto esta reflexão não se estende, a palavra escala é frequentemente utilizada na
Geografia para designar uma relação de proporção entre objetos (ou superficies) e sua representação nos mapas, indicando o conjunto infinito de possibilidades de redução de um real complexo, multi facetado e multidimensional, constituindo um modo necessário de abordá-lo. Na realidade a prática de selecionar partes do real é tão banalizada que provocam consequências metodológicas e operacionais danosas, ocultando a complexidade conceitual contida nesta prática. Como não se trata apenas de tamanho ou de representação gráfica, é preciso ultrapassar estes limites para enfrentar o desafio epistemológico que o termo escala e a abordagem necessariamente fragmentada do real colocam .
A noção de escala inclui tanto a relação como a inseparabilidade entre tamanho e fenômeno . Os experimentos