A problemática da escala
Texto: “O problema da escala – Iná Elias de Castro”
Introdução
A escala é uma fração que indica a relação entre as medidas do real e aquelas da sua representação gráfica. Na realidade, todo fenômeno tem uma dimensão de ocorrência, de observação e análise mais apropriada. A escala é também uma medida, mas não necessariamente do fenômeno, mas aquela escolhida para melhor observá-lo. Mesmo na amostragem mais simples, a escala geográfica dá a noção da dimensão do estudo e a partir daí, do fenômeno. A abordagem geográfica do real enfrenta o problema simples do tamanho, que varia do espaço local ao planetário. Esta variação de tamanhos e de problemas não é somente da geografia. Os gregos já afirmavam que, quanto o tamanho muda, as coisas mudam: a arquitetura, a física, a biologia, a geomorfologia, a geologia, além de outras disciplinas, enfrentam esta mesma situação.
Pra a autora o geógrafo tem dificuldade em se fazer entender quando utiliza os termos grandes e pequenas escalas para designar superfícies de tamanho inverso a estes qualitativos. Refere-se ao local como grande escala e ao mundo como pequena escala é utilizar a fração como base descritiva e analítica, quando ela é apenas um instrumento. A escala como questão introduz a necessidade de coerência entre o percebido e o concebido, pois cada escala se faz o campo da referência no qual existe a pertinência de um fenômeno. Nesse sentido, a escala permite tratar a questão da pertinência da medida em relação a um espaço de referência. Além disso, ao tentar separar as acepções de escala, nível de análise e espaços de concepção, indicando o delicado problema que cada uma representa, o autor voltou ao ponto, isto é, à ideia fundamental de que a escala é uma medida de superfície. Há outras dificuldades na proposta de Lacoste, embora restando que a escala é um dos problemas epistemológicos primordiais da geografia, o uso do termo escala apenas como medida de proporção