O poder psiquiatrico
A psiquiatria se constituiu sobre a influência da medicina e com isso por muito tempo procurou se diagnosticar e relacionar a doença mental com lesões presentes no biológico, porém na psiquiatria este corpo se encontra ausente.
Então buscou-se comprovar o adoecimento mental por meio de entrevistas que induziam o sujeito a confessar o seu adoecimento devido a algum fato do passado e até mesmo por meio de herança genética, a fim de se inventar um corpo que não existe, além de comprovar que o sujeito desde cedo já apresenta indícios que é anormal, o que pode propiciar a loucura, com isto também é possibilitado o reconhecimento da própria psiquiatria como um saber soberano a partir da sua cientificidade e assertividade. Esta amarração impossibilita que o individuo se torne autor da sua própria verdade e lhe tira a capacidade de recriar sua própria história, pois a partir deste diagnóstico precoce o sujeito torna-se estigmatizado pela sociedade.
Podemos relacionar o fato citado acima com os dias de hoje, onde muitas vezes uma criança que é muito ativa, a própria mãe usa do seu poder sobre esse pequeno ser alienado e já vai logo diagnosticando o filho com hiperatividade e este vai crescendo sendo tratado como tal e acreditando nesta verdade absoluta.
Hoje a função do hospital psiquiátrico ainda continua sobre a influência do manicômio, que tem a proposta de retirar a anormalidade e excluir do meio social para que não represente nenhum risco aos demais, embora a proposta de loucura hoje seja outra, tem a ver com a paixão avassaladora e o excesso de liberdade, e ainda é o médico psiquiatra quem detém este poder sobre a verdade de diagnosticar se o sujeito é louco.
É importante que se faça uma articulação assim como Pasteur entre o diagnóstico e a produção terapêutica, com o objetivo de mudar a postura do Psiquiatra que somente este é quemdetém o poder cientifico e dar o direito de autonomia também para o sujeito sobre a sua verdade.