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Michel Foucault
Hipótese que apresenta: “suponho que em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade” (p.8).
Em uma sociedade como a nossa, Foucault identifica um primeiro grupo: os “procedimentos de exclusão” (que “se exercem de certo modo do exterior”): * A interdição – a palavra proibida. * Separação e rejeição – oposição razão/loucura – a segregação da loucura * A oposição do verdadeiro e do falso – a vontade de verdade.
Os dois primeiros orientavam-se em direção ao terceiro que procura retomá-los.
Outro grupo de procedimentos, internos, “visto que são os discursos eles mesmos que exercem seu próprio controle; procedimentos que funcionam, sobretudo, a título de princípios de classificação, de ordenação, de distribuição, como se se tratasse, desta vez, de submeter outra dimensão do discurso: a do acontecimento e do acaso” (p.21). Princípios de limitação. São eles: * O comentário – limita “o acaso do discurso pelo jogo de uma identidade que teria a forma da repetição e do mesmo” (p.29). * O autor – entendido como princípio de agrupamento do discurso. Limita “esse mesmo acaso pelo jogo de uma identidade que tem a forma da individualidade e do eu” (p.29). * As disciplinas – um princípio de controle da produção do discurso.
Um terceiro grupo de procedimentos que permitem o controle dos discursos: “Desta vez, não se trata de dominar os poderes que eles têm, nem de conjurar os acasos de sua aparição; trata-se de determinar as condições de seu funcionamento, de impor aos indivíduos que os pronunciam certo número de regras e assim de não permitir que todo mundo tenha acesso a ales. Rarefação, desta vez, dos sujeitos que falam; ninguém entrará na ordem do discurso se não satisfizer a