O poder psiquiatrico
O PODER PSIQUIÁTRICO: DO ASILO PARA OS HOSPÍCIOS
Principalmente, a partir do séc. XIX, tem-se o início de uma assistência psiquiátrica brasileira. Durante o período imperial, dá-se a passagem de uma psiquiatria leiga, que atuava nos asilos e instituições religiosas, para uma psiquiatria médica, que aos poucos, foi assumindo total responsabilidade do tratamento dado ao louco. Esta "nova psiquiatria" vai aparecer em dois níveis: o da relação médica(cura) e o da relação econômica( capital / trabalho).
Durante o período imperial, em que a economia era baseada no trabalho escravo e a cidade tinha alguns milhares de habitantes, a atenção, dada por parte do estado aos loucos, que mais tarde viriam a ser os" alienados" e posteriormente os" doentes mentais", foi inespressiva. Aqueles que pertenciam à classe privilegiada e que viessem a ser definidos como loucos, eram vigiados pela própria família. Aqueles que pertencessem a outras classes (não privilegiadas), eram aprisionados nos asilos ou hospícios, sem terem nenhum acompanhamento médico.
O estado começou a ser pressionado, tanto pela população, que não queria ver os loucos andando livremente, quanto pelos médicos e intelectuais, que não concordavam com a forma desumana com a qual eram tratados os loucos. As comunidades religiosas se encarregavam de colocar os loucos em porões, sem assistência médica, entregues a guardas e carcereiros. Eles conviviam com a fome, a sujeira, o frio e as correntes.
Atendendo às pressões que recebia, o estado imperial inaugurou, no dia 5 de dezembro de 1852, o primeiro hospício psiquiátrico: o hospício Pedro II, no Rio De Janeiro. Este é considerado, por vários autores, como sendo o marco institucional da assistência psiquiátrica brasileira. As instituições eram dirigidas pelas irmãs de caridade, e ainda não existia um saber psiquiátrico. A clientela era composta de pessoas pobres e marginalizadas, que iam