O PODER DA INFLUÊNCIA E … A INFLUÊNCIA DO PODER
Infelizmente, o actual sistema estrutural de governação sustenta-se em mecanismos arcaicos e totalmente desfasados da realidade do mundo moderno.
Nunca, como nos dias de hoje, a gestão “por influência” se mostra, tão descaradamente predominante perante a genuína e sonhada “gestão por competência”.
Note-se que o “poder da influência” e a “influência do poder” facilitam o compadrio, troca de favores, e claro está a corrupção.
Parte da classe que domina o poder, resulta de influências partidárias, nomeações políticas e outras formas deturpadas de organização estrutural da sociedade, muito longe da desejada gestão por competência que proporciona justiça, eficácia e eficiência às organizações.
Não se mostra necessário realizar investigações profundas para se concluir que nos países com maiores níveis de compadrio e corrupção, as desigualdades sociais são muito mais dramáticas, profundas e evidentes.
Os nossos irmãos e vizinhos espanhóis demonstraram e demonstram, em relação a nós, profundas diferenças em termos de gestão da sociedade, muito embora enfrentem, como todos os povos, grandes dificuldades face às transformações e conflitos simultâneos que o novo mundo nos apresenta.
Em Espanha, as instituições bancárias, pela mera identificação, evidenciam uma das mais determinantes diferenças. Possuem designações territoriais, normalmente regionais, ou seja, os bancos designam-se (ou designavam-se): “Bilbau e Viscaia”, Santander”, “Valladolid”, antes “Zaragozano”, etc., ou seja, possuem uma componente intrínseca, de raízes de desenvolvimento regional.
Os bancos portugueses simplesmente apresentam – ou apresentaram durante décadas - “nomes” de famílias: Borges & Irmão, Pinto e Sotto Mayor, Espírito Santo, etc. O poder financeiro e o poder político confrontam-se… mas entendem-se.
Este sistema de gestão implementado e enraizado na nossa sociedade cumpre ainda, a tendência feudal do início da nossa existência como