O planejamento e a ação reflexiva: Os primeiros passos para uma mudança na prática docente
Carolina Soder1
Ao longo dos últimos anos, o planejamento escolar vem sofrendo um desgaste, culminando numa situação de descrédito onde tem sido encarado pelos professores como mera teoria formal que deve ser feito apenas para atender a certas exigências burocráticas. Parece haver, entre os professores, uma idéia de que o planejamento é desnecessário e inútil por ser ineficaz e inviável na prática. Isto é, para eles, na ação prática nada acontece do que é planejado. A idéia geral é de que se faz planejamento porque é exigido e não porque se sente a necessidade de planejar para se desenvolver uma ação mais organizada, dinâmica e científica. Muitos dizem que tal determinação serve apenas para preencher papéis e encher gavetas de planos, que nunca vão ser executados. Outros dizem que serve para a direção ou supervisão da escola demonstrarem serviço. Sendo assim, os professores fingem que planejam e escolas e diretorias de ensino fazem de conta que o planejamento ocorreu.
Os professores não gostam porque são obrigados a seguirem esquemas ou modelos rígidos de planejamentos, estão desmotivados a planejar porque são impedidos de fazerem certas inovações. Também, estes professores, em sua maioria, não possuem base teórica para planejar e para entender a tamanha importância do planejamento.
Ações espontâneas e casuais acabam por desperdiçar tempo e recurso. Os setores pedagógicos da escola não devem determinar uma forma única para planejar todas as disciplinas, como se todas fossem iguais; como se todos os professores e alunos fossem uniformes, agissem da mesma forma, tivessem os mesmos objetivos, interesses e as mesmas habilidades. Existem muitos tipos, esquemas, modelos de planejamento e o professor deve escolher um que seja funcional e possível de ser agilizado na sala de aula e que dê bons resultados no ensino. A diretoria e os setores pedagógicos da