O peso das bolsas e mochilas
Início de fevereiro é a hora dos estudantes voltarem às aulas e dos pais irem em busca do material escolar. A quantidade de livros e cadernos exigidos pelas escolas é o princípio de um mal que afeta grande parte dos alunos das redes pública e particular: os problemas de coluna causados pelo excesso de peso nas mochilas. Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, uma criança não pode carregar mais de 10% do seu peso.
Viviane da Sila Gomes, de 14 anos, é aluna da 1° série do Ensino Médio e, há quatro anos, sofre de escoliose (um ombro mais baixo que o outro). "Minha mãe viu um caroço em baixo do meu pescoço, fomos ao médico e ele disse que eu estava com problema de coluna por carregar a mochila com apenas uma das alças. Por causa disso, até hoje procuro ficar atenta à minha postura quando sento", conta Viviane.
Equilibrar o peso entre as duas alças é um das alternativas para reduzir os riscos de dores e futuras complicações posturais. Muitas vezes, no entanto, uma pequena imperfeição da coluna vertebral é agravada pelo peso diário do acessório. O número de disciplinas em um mesmo dia é um dos causadores do impasse entre a necessidade de estar com o material correto e os prejuizos à saúde da criança.
"Se o aluno tiver que levar cinco livros diferentes por dia é claro que vai sentir dores e poderá ter complicações para o resto da vida. A hipercifóse (corcunda) e a escoliose são as consequências mais comuns. Os pais devem ficar atentos à postura de seus filhos e à regulagem das mochilas", aconselha o fisioterapeuta Rodrigo Leite, que afirma que as escolas deveriam descobrir soluções para poupar a coluna dos estudantes.
Um armário onde o aluno possa guardar os livros e cadernos que não vá usar no dia seguinte é um das soluções. Mas são raras as instituições que contam com compartimentos como estes. Outra alternativa é colocar a mochila em carrinhos