Se firme e corajoso
Chegou o grande momento da Jornada Mundial da Juventude. No Brasil, o Papa Francisco, que tem a todos surpreendido com o seu carisma de apóstolo e coração de pastor, encontrará uma multidão de jovens que virão do mundo inteiro, trazendo na mochila o necessário para alguns dias de jornada e muita fé, alegria e testemunho de comunhão.
A dinâmica da Jornada traz a marca da juventude, pelo seu tom ousado e cativante. Os eixos espiritualidade, sociedade e cultura estão presentes em todas as atividades. Paira sobre todos certo ar de despojamento e pobreza. Esperança também é palavra forte. São peregrinos, rapazes e moças, de pouca ou de mais idade, embalados pela esperança de uma nova sociedade e de uma Igreja viva e servidora. Pelo próprio tema – Ide e faze discípulos entre todas as nações – a Jornada se define como uma grande ação missionária realizada por uma multidão de jovens, reforçando o protagonismo juvenil na ação evangelizadora da Igreja.
A imagem do peregrino de mochila nas costas, com pouca bagagem e muita coragem, nos faz pensar nas exigências da ação missionária. A maior delas, sem dúvida, é a confiança. A orientação que Jesus deu aos discípulos enviados em missão foi de total esvaziamento e grande confiança: “Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias...” (Lc 10,4). O missionário não pode ficar parado, estagnado. Mochila grande e cheia é para quem deseja fixar-se em determinado lugar, por um período maior de tempo. A urgência do anúncio do Reino pede que o missionário seja livre, com agenda disponível e com pouca bagagem. Ao surgir alguma demanda, de última hora, o missionário rapidamente recolhe suas coisas e põe-se a caminho. Ele está sempre pronto. Além disso, muito peso na mochila provoca cansaço e desânimo.
O peso maior que carregamos, porém, não se guarda na mochila que penduramos às costas, mas esconde-se no nosso interior, puxando o nosso coração para baixo. São nossos medos, apegos, dúvidas,