O Pensamento Mítico e a Vanguarda
Kátia Figueiredo David
O principal ponto de análise à suscitada questão do rompimento do pensamento mítico, para surgimento do novo modo filosófico científico de pensar, toma enfoque na observação dos critérios de apreensão do conhecimento.
O pensamento filosófico, considerado de vanguarda para a região/época hoje denominada Grécia Antiga, foi iniciado provavelmente por Tales, na região de Mileto (leste da Grécia) quase em confronto com Troia, hoje conhecida pelo Estado da Turquia.
O novo estilo de pensamento grego ousou romper com o único modo que tinham de explicar a natureza, o pensamento mítico, mais precisamente pelas influências de Homero e Hesíodo, transferido pela cultura oral e expressado pelos rapsodos, que se diziam os escolhidos das Musas para externalizar o que lhes era cantado à memória. Os filósofos denominados pré-socráticos buscavam, por um método dedutivo e aproximado da razão, responder as principais questões obscuras da natureza, tais como: “qual o elemento básico e fundamental da physis?”, “qual o fim da arché?”. Entretanto não o faziam fundados no pensamento mítico, mas em observações, análises, deduções e argumentações.
Cabe ressaltar que o ambiente de nascimento da filosofia era altamente influenciado pelo conhecimento mítico, portanto, iniciou-se considerando, inclusive, o mito como parte da natureza observável; a se exemplificar na physis, que no conceito filosófico grego no tempo antigo, abarcava, além da natureza exposta, os deuses como objeto de estudo.
Existe atualmente forte debate acerca de ter ou não havido um rompimento do pensamento mítico, entretanto o que se percebe é que, aos que puderam se adentrar no universo filosófico, o modo mítico de se conhecer a realidade passou a um segundo plano.
Tendo em vista a efetividade da nova argumentação racional, que