O PAPEL DO PSICÓLOGO NO ATENDIMENTO AO DEFICIENTE MENTAL
Essa relutância dos "psis" (e aí eu incluo não só o psicológo, mas a psiquiatra também3) em trabalhar com o deficiente mental, tanto ao nível de atendimento psicoterápico, como no ambiente escolar é, na verdade, um reflexo do preconceito da sociedade como um todo, em aceitar e lidar com estes indivíduos. Como Cushna, Szymanski, & Tanguay (1980) já assinalavam, a estranheza e imaturidade do comportamento e do padrão de comunicação verbal de pessoas com deficiência mental, provocam no cidadão comum, no professor, e no terapeuta, reações de ansiedade e uma variedade de mecanismos de defesa que levam a um afastamento do contato com estes indivíduos.
Não resta dúvida que a maior causa dessa atitude preconceituosa dos profissionais em relação ao atendimento psicoterápico do portador de deficiência mental (aliás, como de qualquer outra atitude preconceituosa) é a ignorância. E a causa desta ignorância remete à falta de preparo que os psicólogos recebem, durante sua formação acadêmica e profissional, em relação à este tipo de clientela.
Esta lacuna é constantemente denunciada, inclusive pelo próprio MEC, que recentemente formou um Grupo de Trabalho visando desenvolver estratégias para a inclusão de tópicos e/ou disciplinas acerca da Educação Especial nos currículos dos cursos universitários (1993). Apesar disto, a realidade é que a maioria esmagadora dos cursos de psicologia, tanto ao nível de graduação quanto de