O PAPEL DO ARBITRO
Porque é que os árbitros experimentam esta perturbação interior? Em grande medida é consequência da especificidade do seu papel. Depois dos desportistas e treinadores, os árbitros são a terceira dimensão das provas desportivas; contudo, desempenham uma das tarefas mais difíceis do desporto. Uma boa arbitragem facilita o acontecimento, assegurando que o resultado depende apenas das capacidades, desempenho e tácticas dos jogadores. Uma má arbitragem afasta-nos da competição, diminuindo o prazer do jogo para jogadores, treinadores e adeptos. O trabalho dos árbitros está aberto ao escrutínio do público, sendo frequentemente publicitados e discutidos devido aos seus erros. Em contraste, quando um jogo decorre bem, poucas pessoas reparam nos árbitros. Então, em que bases devem os árbitros julgar-se a si próprios ou serem julgados? A sua principal missão é assegurar que o jogo se desenrole de acordo com as regras interferindo o menos possível. Mais especificamente, para Weinberg & Richardson, os árbitros devem empenhar-se em satisfazer quatro responsabilidades principais:
Assegurar que o jogo decorre de acordo com as regras deste.
Interferir o menos possível, evitando tornar-se o foco de atenção.
Estabelecer e manter uma atmosfera que permita a todos os intervenientes, apreciar o jogo/competição.
Mostrar preocupação com os desportistas. EXIGÊNCIAS MENTAIS E FÍSICAS DA ARBITRAGEM
Existe uma forte relação entre as capacidades psicológicas e a performance física dos árbitros. Deste modo, o sucesso ou insucesso de um árbitro depende das suas capacidades físicas (e.g., preparação para as exigências de um desporto em particular, técnicas e mecânica, capacidades visuais) e mentais (e.g., confiança, concentração, controlo emocional). Esta relação entre os aspectos físicos e psicológicos da arbitragem é particularmente interessante. Os árbitros falam com frequência da importância das capacidades mentais, em vez das físicas,