O panorama da educação brasileira
O debate em torno de uma educação de qualidade vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade brasileira. Para aproveitar os bons ventos da economia, o país precisa mais do que nunca assumir o caráter de urgência da educação.
Primeiro, o mecanismo de financiamento para toda a educação básica foi implantado com o advento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), da creche ao ensino médio. Foi um belo exemplo de continuidade de política pública, construída a partir do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Também ótimo exemplo de continuidade, agora a partir do Sistema de Avaliação da Educação (Saeb), é o fato de que a avaliação de desempenho chegou à escola por meio da implantação do Prova Brasil - passando, portanto, de uma avaliação amostral e atingindo o universo dos estudantes.
Em relação aos professores, a Lei do Piso Salarial para a categoria foi aprovada. Trata-se de imprescindível passo para a valorização do magistério, mas que, praticamente, não saiu do papel na larga maioria dos estados e municípios. No nosso entendimento, resgatar a valorização do professor passa a ser o maior desafio para os futuros governantes, ou seja, o desafio a ser vencido, caso o país queira aproveitar o momento favorável na economia. A carreira do magistério precisa se tornar (ou voltar a ser) objeto de desejo.
A erradicação do analfabetismo, na faixa etária de 15 anos ou mais, andou de forma muito lenta, obrigando mesmo o presidente Lula a chamar os governadores do Norte e Nordeste para intensificar essa ação. Além disso, o Ministério da Educação (MEC), ao contrário de alguns estados e de vários municípios, não instituiu um indicador nacional para aferir o analfabetismo de crianças até os 8 anos de idade, e assim a "torneira do analfabetismo" vai continuar aberta.
Por último, é