resenha
Para atingir seu objetivo, a autora divide seu trabalho em duas partes: “Das origens indo-europeias à Era Romântica (da narrativa primordial à Literatura Infantil Clássica)” e “Do Brasil entre-séculos ao contemporâneo (dos precursores da Literatura Infantil Brasileira ao surto de criatividade dos anos 70/80)”.
Nesta resenha, será avaliada apenas a segunda parte do livro, que se refere mais propriamente ao Panorama da Literatura Infantil Brasileira, em um período compreendido entre o final do Império de D. Pedro II até as últimas décadas do século XX.
Um segundo recorte será feito na medida em que tentaremos apresentar, a partir desse texto, como esse panorama da Literatura pode ser lido pelo viés da educação no Brasil.
1808 - 1919
Existe um consenso geral de que 1808 foi o ano mudou para sempre a história do Brasil. E é essa data que Nelly Novaes Coelho escolhe para abrir a segunda parte de seu livro, mostrando como as medidas tomadas pelo governo português para fazer da colônia a sede da monarquia afetaram diretamente a cultura, a educação e a literatura no Brasil, especialmente no que diz respeito à Literatura Infantil. Cita ainda como atalhos fundamentais para uma nova fase no desenvolvimento da educação no país a Carta Constitucional de 1823 e a vontade de D. Pedro II em criar um Ministério da Instrução, entre outros projetos. Em sua fala, porém “foi no entre-séculos2 (...) que o sistema escolar nacional passa por reformas de real alcance (...) e incorpora em sua área também a produção literária para crianças e jovens”.
Nesse período, chamado pela autora de “entre-séculos”, a educação passava por lentas transformações. Em 1890 São Paulo já era considerado um “centro pioneiro de renovação educacional”, porém a