O Novo Milênio
Anderson S. Santos2
O último capítulo do livro Sobre a China de Henry Kissinger atribui ao começo do novo milênio um marco simbólico do novo patamar que assume as relações entre Estados Unidos e China. O autor argumenta (no capítulo referido) sobre a forma que estas duas grandes potências podem cooperar entre si e como podem trabalhar as possíveis diferenças que venham a surgir desta interação. A China estipulou que os primeiros vinte anos deste século seriam cruciais para que o governo chinês se firmasse, não só na esfera econômica, mas também na esfera da política internacional para que ela volte a ser a grande nação que foi por milênios. Já os americanos, precisam reavaliar o seu papel na política mundial em virtude da globalização (interdependência econômica com os chineses), e da nova configuração do mundo pós Guerra Fria, buscando como lidar com a ascensão da China na Ásia e também no resto do mundo. Portanto, economia e geopolítica permeiam as relações sino-americanas nesta nova era que se inicia.
O começo do século XXI também converge com a chegada ao poder de novas lideranças em seus respectivos países (China e EUA), que vem com a missão de consolidar suas nações diante das novas perspectivas que se apresentam. Os líderes chineses Hu Jintao e o premiê Wen Jiabao são representantes de uma geração que não estava ligada diretamente a revolução socialista de 1959. Além de ambos possuírem experiências profundas com as fragilidades do governo chinês já que, tanto Hu quanto Wen, trabalharam por anos no interior da China, soma-se a estes fatores o excepcional momento em que vive a economia chinesa, o que torna imperativa a necessidade de um plano bem estruturado para lidar com os problemas internos e com a atuação do país com relação ao resto do mundo. Neste sentido, afirma Kissinger, os governantes Hu e Wen administraram a economia interna de forma que ela fosse continua e estivesse em harmonia com as necessidades da população chinesa que