A empresa do novo milênio
1 - O mundo instável: como isso afeta a vida das corporações
MUNDO INSTÁVEL - Como isso afeta a vida das corporações
A nova ordem
A instabilidade vai ser a regra do próximo milênio. Como as empresas vão lidar com isso?
Por David Cohen (EXAME 22/Março/2.000)
Estes são os dias de milagres e maravilhas,e não chore, meu bem, não chore, não chore...
(Paul Simon, The Boy in the Bubble)
As revoluções de maior impacto para a humanidade acontecem, num primeiro momento, sem que as pessoas se dêem conta de sua profundidade. Foi provavelmente assim com a descoberta do fogo, com a domesticação dos animais e com a entrada na era da agricultura. Foi assim na época das grandes navegações e nas duas fases da revolução industrial (primeiro com a máquina a vapor e depois com a eletricidade). Está sendo assim, novamente, com o que vários estudiosos denominam de revolução da informação, um termo que abrange o uso de computadores, a globalização, a desregulamentação e mesmo uma esperada segunda fase revolucionária, a era da biotecnologia.
Já se tornou uma espécie de lugar-comum dizer que o mundo em que vivemos hoje é caótico, mas é da própria natureza das revoluções reordenar o funcionamento das coisas - e nessa reorganização criar um período de instabilidade. Este é certamente um mundo menos estável do que no passado, menos rígido, menos seguro, menos previsível, e essa instabilidade já permeia toda a sociedade:
• Na maior economia do planeta, os Estados Unidos (com 250 milhões de habitantes), cerca de 26 milhões de pessoas mudam de emprego a cada ano e 42 milhões de pessoas mudam de casa, um terço delas saindo da cidade.
• Na Inglaterra e nos EUA, um em cada dois casamentos termina em divórcio. No Brasil, um em cada quatro.
• Filhos fora do casamento representam cerca de 25% de todos os nascimentos na Suécia e cerca de 50% entre os negros americanos.
• A lista dos 400 americanos mais ricos, feita pela revista Forbes, costuma ter 10%