O Novo Desenvolvimentismo
Visão Geral:
O novo desenvolvimentismo é um “terceiro discurso”, entre o discurso do nacional-desenvolvimentismo (e das distorções populistas que sofreu) e o discurso da ortodoxia convencional. É um conjunto de propostas de reformas institucionais e de políticas econômicas através das quais as nações de desenvolvimento médio buscam, no início do século XXI, alcançar os países desenvolvidos. Dessa forma, países como Brasil e Argentina, por exemplo, podem competir com êxito com os países ricos, e gradualmente alcançá-los. É o conjunto de ideias que permite às nações em desenvolvimento rejeitar as propostas e pressões dos países ricos de reforma e de política econômica, como a abertura total da conta capital e o crescimento com poupança externa, na medida em que essas propostas representam a tentativa de neutralização neo-imperialista de seu desenvolvimento – a prática de “empurrar a escada”. É a forma através da qual empresários, técnicos do governo, trabalhadores e intelectuais podem se constituir em nação real para promover o desenvolvimento econômico.
Para Luiz Carlos Bresser – Pereira, o novo desenvolvimentismo só fará sentido se partir de um consenso interno e, dessa forma, se constituir em uma verdadeira estratégia nacional de desenvolvimento. Um consenso pleno é impossível, mas um consenso que una empresários do setor produtivo, trabalhadores, técnicos do governo, e classes médias profissionais – um acordo nacional, portanto – está hoje em processo de formação aproveitando o fracasso da ortodoxia convencional.
Esse consenso em formação vê a globalização não como uma benesse, nem como uma maldição, mas como um sistema de intensa competição entre Estados Nacionais através de suas empresas. Entende-se que nessa competição é fundamental fortalecer o Estado fiscal, administrativa e politicamente, e, ao mesmo tempo, dar condições às empresas nacionais para serem competitivas internacionalmente.
O novo desenvolvimentismo não tem