O nascimento da tragédia
No trabalho em referência, Rosana Suarez, pretende apresentar a concepção nitzchiana da arte em O nascimento da tragédia, publicado em 1872, obra que segundo a autora tem por objetivo, solucionar o mistério do surgimento e do súbito desaparecimento da tragédia grega, onde o filósofo alemão usa como fio condutor reflexões a respeito das artes em especial a música, levantando assim, questões importantes do ponto de vista político cultural. Para Nietzsche, afirma a autora, o livro em questão é uma amálgama de três disciplinas: a ciência (filologia), a arte (especialmente a música, influenciado por Richard Wagner, amigo de Nietzsche) e a filosofia (sob influências de Kant e Schopenhauer). Em uma autocrítica o autor diz que "no livro desejava visualizar a ciência do ponto de vista da arte, e esta, do ponto de vista da vida". O contexto em que foi desenvolvido o nascimento da tragédia remonta à Alemanha do moderno século XVIII, que vive um sentimento de incompletude e fragmentação por conta das decepções da Revolução Científica e de fatores históricos que emana uma busca pelo Absoluto e um anseio por completude de modo que os pensadores do movimento romântico apontam como saída a abertura para a alteridade (outro) como meio para a busca de identidade.
O Romantismo Alemão é um movimento que nasce no final do século XVIII, na Alemanha, embora depois se dissemine por todo o Ocidente, renovando as raízes culturais desta esfera da civilização. Ele se contrapõe ao culto exacerbado da Razão, perpetrado pelo Iluminismo.
Este ideal racionalista rouba do mundo seu encantamento, o vínculo com o sobrenatural, e agora resta aos jovens românticos desbravarem o universo desconhecido do inconsciente. Eles acreditam profundamente no reencantamento da realidade, em uma imagem do Homem que não é só razão, mas sentimento, desejo místico, atração pela Natureza. Este ser tem em seu íntimo uma vida interior a ser revelada, que age