Nascimento da tragedia
A arte grega provem dos deuses Apolo, que caracteriza o apolíneo, e Dionísio, que caracteriza o dionisíaco. Apesar de caminharem em um mesmo rumo –das artes– se contrapõem. O fato de haver discórdia entre si gera sempre novas produções.
O apolíneo é o sonho, o aparentemente bom, o que é bonito de se ver, o que fascina aos olhos e é natural do homem, pois já nasce artista, nato sonhador. No entanto, no universo dos sonhos há também a ocorrência dos “pesadelos” –sonhos ruins– que angustiam os seres e torna-os vitimas das suas próprias fantasias, preso no seu mais intimo, sozinho, pois é baseado no principium individuationis.
Já o dionisíaco pode ser visto como a embriaguez, o momento de êxtase do ser humano na qual, magicamente, todas as regras sociais são quebradas. O homem deixa ser envolvido por orgias, violência e festas movidas ao uso de bebidas narcóticas ou pela alegria da primavera vindoura. O ser humano se deixa levar pelos desejos do corpo, funde com o próximo em um só, o dito uno-primordial. Se expressa por meio de movimentos, gestos, pela dança. O homem já não é mais artista, torna-se obra de arte.
Tanto o apolíneo quanto o dionisíaco são estados artísticos imediatos da natureza, e todo artista é um imitador de tais estados.
Sobre os sonhos gregos pouco se pode afirmar, pode-se basear em suposições escassas. Já sobre festas dionisíacas, que tinha como ponto principal a licença sexual, os homens agiam como animais, sem qualquer laço de parentesco, dando origem as cenas de crueldade e volúpia que a beberagem proporcionava.
A música Ática era aparentemente reconhecida como arte apolínea: harmônica como o som de uma cítara. Depois de uma reconciliação dos estados artísticos a musica passa a ter outra face, a dionisíaca em que a violência do som excitava sensações de espanto e pavor.
Os gregos para