O Nascimento Da Medicina
A história de nosso país tem forte ligação com a da Europa ocidental. Esta ligação é particularmente mais nítida no período que vai do descobrimento do Brasil até a proclamação da República, no fim do século XIX.
Pode-se caracterizar a Era Moderna, na Europa ocidental, pela ocorrência de três fenômenos. Foram eles a urbanização, a industrialização – acelerando e intensificando a acumulação de riquezas e, como decorrência dos primeiros, a estruturação do Estado, tal como hoje o conhecemos.
Na Idade Média, os tratamentos eram exercidos nas ruas, feiras, por cirurgiões barbeiros, curandeiros ou outros “médicos” populares , nas casas, por práticos que eram reconhecidos como médicos. Da Idade Média a Era Moderna, aparece uma nova maneira de identificar as pessoas : tratava-se do registro do cidadão. Esse registro remetia às ideias de cidade e de Estado como espaços em que passava a haver uma identidade comum. Assim também nasceram as cidades. Em outras palavras, além de criaturas de Deus, as pessoas pertenceriam a uma cidade, que se encontrava ainda sob o poder de um Estado. Desta forma podemos dizer que nasceu a medicina moderna. Além do dever da salvação individual da alma, em que a Igreja era a instituição que canalizava o poder, os indivíduos deveriam, coletivamente, fortalecer o Estado e a cidade, colaborando para a acumulação de riquezas.
O nascimento da medicina como práticas sociais e coletivas.
A partir de meados do século XVIII, houve grande aumento populacional na Europa . O crescimento da população urbana, ultrapassou a capacidade disponível de habitações para essas pessoas isto é, cidades superlotadas. O meio ambiente passou a gerar adoecimento em função do alto nível de desestrutura urbana em virtude também das más condições de saúde. Se o aumento populacional ocorreu