O mal estar na civilização
“O Mal-Estar na Civilização” (1930) - Resenha | PalavraEscuta
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“O Mal-Estar na Civilização” (1930) Resenha
Dom, 17/06/2007 - 13:27
Autora: Lais de Lima No presente texto, Freud não distingue civilização de cultura, define civilização como tudo aquilo que difere o homem da vida animal, que o afasta de sua natureza. Assim, a civilização englobaria tanto o controle do homem perante a Natureza como o conjunto de regulamentos que regem os relacionamentos humanos. O autor retoma seu artigo “Totem e Tabu” (1921) onde descreve a passagem da natureza à cultura. Segundo o mito da “horda primeva”, inicialmente existiria um pai onipotente, possuidor de todas as mulheres e de uma vontade arbitrária e absoluta. Esse pai seria assassinado pelos filhos e a partir disso se estabeleceria um contrato social para garantir que nenhum deles tomasse o lugar do pai. Assim, a partir do parricídio se constituiria uma organização social que marcaria a origem da civilização. O tabu do incesto surge aí como a primeira lei que fundamenta uma sociedade, uma vez que o incesto é de natureza anti-social. Em o “O Mal-Estar da Civilização” (1930) Freud apresenta como tese o fato da cultura produzir um mal-estar nos seres humanos, visto que existe um antagonismo intransponível entre as exigências da pulsão e as da civilização. Assim, para o bem da sociedade o indivíduo é sacrificado: para que a civilização possa se desenvolver o homem tem que pagar o preço da renúncia da satisfação pulsional (a vida sexual do homem e sua agressividade são severamente prejudicadas). O autor salienta que todo indivíduo é inimigo da civilização, já que em todos os homens existem tendências destrutivas, anti-sociais e anti-culturais. A civilização, portanto, trava uma luta constante contra o homem isolado e sua liberdade, substituindo o poder do indivíduo pelo poder da comunidade. “Uma satisfação irrestrita de todas as necessidades apresenta-se como o método mais tentador de conduzir nossas