O Mal estar da civilização

PUC-SP

CIÊNCIAS SOCIAIS

DISSERTAÇÃO SOBRE A OBRA DE FREUD “O MAL ESTAR DA CIVILIZAÇÃO”.

PROFESSOR SERGIO WAJMAN

VITOR PRADO GONÇALVES
RA00129160

SÃO PAULO
2014
O que é a felicidade para você, cidadão(ã) de São Paulo no ano de 2014? E para um(a) cidadão(ã) de São Paulo em 1714? E se você pensar num camponês alemão vivendo em 1014? Agora pense em um hebreu vivendo no ano de 1014 antes de Cristo.
Finalmente, imagine o que é felicidade para um homem das cavernas em 200.014 antes de Cristo. As noções de felicidade diferem? Em quê? Se assemelham? Em quê?

A felicidade, num certo sentido, é algo individual, pessoal e intransferível. Por outro lado, há uma ideia de felicidade que pertence ao senso comum e é compartilhada pela esmagadora maioria das pessoas: felicidade é ter saúde, amor, dinheiro suficiente, etc. Além disso, a ideia de felicidade não é uma coisa recente.

Somos feitos de modo a só podermos derivar prazer intenso de um contraste, e muito pouco de um determinado estado de coisas. (Freud)

Uma situação de júbilo, inicialmente intenso (tal como o sucesso numa árdua e arrebatadora conquista amorosa) pode até se prolongar, mas, após certo tempo, ela produz somente um sentimento de contentamento. A felicidade e o prazer proporcionados por tantos bens de consumo se esvaem tão logo o adquirimos: “Somos feitos de modo a só podermos derivar prazer intenso de um contraste, e muito pouco de um determinado estado de coisas”. Embora sejam diversos os meios para alcançarmos a felicidade, é ainda mais fácil experimentarmos a infelicidade.

O sofrimento nos ameaça a partir de três direções: de nosso próprio corpo, condenado à decadência e à dissolução, e que nem mesmo pode dispensar o sofrimento e a ansiedade como sinais de advertência; do mundo externo, que pode voltar-se contra nós com forças de destruição esmagadoras e impiedosas; e, finalmente, de nossos