O mal do século
O problema afeta o humor, as funções orgânicas e o comportamento de milhões de pessoas no mundo. As mulheres são as vítimas favoritas. Mas, com ajuda médica, é possível reverter o quadro.
Parece que a vida perdeu a graça, nada dá prazer, a vontade de trabalhar desapareceu e o mal-estar e a tristeza são companheiros constantes. Se você enfrenta situação semelhante, fique atento - pode ser depressão. Este problema, que atinge 17% da população mundial, ainda apresenta muitos outros sintomas, como irritabilidade, alterações no sono, dificuldade de concentração e até problemas intestinais.
A depressão é uma doença grave e só no Brasil afeta 36 milhões de pessoas. Estudos apontam que no mundo todo 25% das mulheres contra 15% dos homens poderão sofrer com o problema. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) trata- se da segunda maior causa de perda de qualidade de vida e, no ano de 2020, será tão comum quanto a dor nas costas.
Muitas pessoas que sofrem com o distúrbio nem se dão conta de sua existência. Uma pesquisa envolvendo pacientes e médicos mostrou que, antes do diagnóstico, 72% dos pacientes com depressão severa não conseguiam identificar sintomas físicos como sinais típicos da doença, embora 79% tenham revelado que já chegaram a procurar ajuda justamente por causa desses incômodos.
Um artigo publicado na revista científica Diabetes Care mostrou os resultados de estudos realizados na Universidade de Alberta, no Canadá. Entre outras constatações que assustaram os médicos, verificou-se que a depressão pode elevar em 25% o risco de a pessoa desenvolver diabetes tipo 2.
Na entrevista a seguir, o psiquiatra Eduardo Tancredi Pinheiro, chefe da equipe de psiquiatria do Hospital Paulistano (SP) e diretor da Unidade de Pesquisa em Psiquiatria e Neurologia (UPPSIQ) explica tudo sobre a doença.
1- Qual a diferença entre tristeza e depressão?
É comum a pessoa confundir tristeza e baixo-astral com depressão. Muitos se dizem deprimidos quando, na