O líder e a massa no populismo latino americano
O LÍDER E A MASSA NO POPULISMO LATINO AMERICANO
Francisca Rafaela Parga RESUMO No presente trabalho temos objetivo de fazer uma breve reflexão sobre o fenômeno político do populismo na América Latina, tendo como enfoque a relação estabelecida entre o líder populista e as camadas populares. Abordaremos também a coalizão formada entre as lideranças e o povo para fazer frente ao tradicional domínio oligárquico, bem como o papel do Estado populista de mediador entre as classes trabalhadoras e o capital no contexto das mudanças nas relações de produção, especialmente, o caso da Argentina, de Perón e do México, de Lázaro Cárdenas. Palavras-chave: Populismo. Líder. Massa. INTRODUÇÃO O populismo não foi uma experiência política exclusiva da América Latina. Em lugares como a Rússia e os Estados Unidos, no século XIX, teve fortes bases agrárias e foi pensado como uma alternativa ao capitalismo. Mas foi em território latino americano que este fenômeno deixou suas marcas mais profundas, a partir da década de 30. Concretizou-se em vários países, adquirindo particularidades em cada um deles, mas apresentando vários traços em comum. Uma das características mais importantes deste movimento político é o apoio das classes populares aos governantes, fazendo com que estes líderes direcionem seus discursos a camadas tradicionalmente alijadas da política nacional. O POPULISMO COMO ALTERNATIVA O populismo emergiu como uma nova proposta para fazer frente às velhas formas de dominação política capitaneadas pelas oligarquias nacionais, frequentemente
comprometidas com o capital estrangeiro. Surgiu num contexto de crise dessas classes dominantes e num momento de transição de uma estrutura econômica agrária para relações de produção modernas, ancoradas na expansão da industrialização, no aumento da urbanização e no crescimento das cidades. Foram estes fatores que, progressivamente, deslocaram o centro das decisões políticas
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