O kitsch
O CONSUMO DA CULTURA KITSCH Christina Maria Pedrazza Sêga1 Resumo Com mais de um século de existência, a palavra kitsch ainda é confundida com brega. O conceito de kitsch ganhou uma dimensão que foi além do conceito de arte. O kitsch infiltrou-se em diversos seguimentos de manifestações artísticas e estéticas apoiadas pela indústria cultural e pelos meios de comunicação de massa. Com isso, o kitsch passou a ditar a moda e padrões de comportamento, voltados para a cultura urbana presenciada e vivida no cotidiano de todos nós. Ele se consolidou na cultura de massa das grandes cidades e conquistou os caminhos da globalização. Por meio de uma análise dos hábitos do consumidor no mundo globalizado, foi possível de se observar que o kitsch passou a ser uma panacéia para os problemas sócio-econômicos e culturais da atual sociedade de consumo. Palavras-chave cultura; kitsch; consumo. Introdução
Após severas contestações recebidas dos críticos de arte nos anos 60 e 70, o kitsch conquistou seu espaço no mercado de consumo da cultura de massa. Muito antes, a estética tinha como referência do mundo artístico as diretrizes da beleza e do equilíbrio. Com isso era possível conceituar o que deveria ser considerado arte em oposição ao que se poderia chamar de antiarte e nesta última classificação encontrava-se o kitsch. Hoje, a estética kitsch está presente na vida social das pessoas, na moda, no trabalho, na escola, entre jovens, adultos e crianças. Oriundo do verbo alemão kitschen/verkitschen (trapacear, vender alguma coisa em lugar de outra), o termos kitsch adquiriu o significado de "falsificação" a partir de 1860. Porém, o termo kitsch foi usado pela primeira vez na metade do século XX, na obra do sociólogo francês Edgar Morin (1987:17) intitulada Esprit du Temps.
Docente da Faculdade de Comunicação (Publicidade e Propaganda) na Universidade de Brasília(UnB).