O kitsch e a cultura de massa.
Marília ALMEIDA
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE
RESUMO
Diz-se kitsch para tudo que provoca um específico e contraditório efeito: do pinguim de geladeira à estampa de oncinha. O kitsch está entre o trash e o luxo naquele momento em que o luxo não passa do desejo de causar efeito. O presente trabalho consiste em analisar o conceito de kitsch, compreendendo sua estética e forjando uma crítica que leve em consideração suas questões mais pungentes e seus aspectos intrínsecos; desmistificando seu significado, que até hoje é confundido e até mesmo desconhecido, mas que já está tão presente em nosso cotidiano que por vezes nem o reconhecemos. PALAVRAS-CHAVE: kitsch; cultura de massa; avant-garde.
ABSTRACT
It's called kitsch everything that provokes a specific and contradictory effect: from the refrigerator penguin to the leopard print. The kitsch is between the trash and the luxury in that moment when the luxury is nothing more than the desire to cause an effect. This article is an analyses of the concept of kistch, understanding it's esthetics and forging a critics that takes in consideration its most pungent questions and it's most intrinsic aspects; unraveling tit's meanings, that until today are misunderstood and even unknown, but that is already ever so present in our daily life although we don't always recognize it.
KEY-WORDS: kitsch; masscult; avant-garde.
INTRODUÇÃO
O termo kitsch vem sendo tratado por vários pensadores contemporâneos, em discussões acerca da vida cotidiana marcada pelos meios de comunicação, assim como o capitalismo, a sociedade moderna e os bens de consumo. De acordo com Abraham
Moles (1971), um dos pioneiros do conceito, a palavra origina-se do alemão kitschen/verkitschen, que quer dizer “fazer móveis novos com velhos”, trapacear,
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receptar, vender alguma coisa em lugar do que havia sido combinado. Já para Umberto
Eco (1932), a palavra kitsch remontaria à segunda