Aplicações do Kitsch Náthale Rodrigues Cardoso Afinal, o que vem a ser kitsch? A cultura alemã nomeou de kitsch uma ‘categoria’ do mau gosto. A origem da palavra é alemã e seu significado e aplicação são controversos. Oriundo do verbo alemão kitschen / verkitschen (trapacear, vender alguma coisa no lugar de outra), o termo kitsch já adquiriu o significado de falsificação a partir de 1860. Depois o termo adquiriu outros significados, inclusive de "arte de mau gosto", no popular: "arte brega”. Apesar de ainda haver alguma confusão no significado do termo, o problema básico que o kitsch levanta para a crítica é o relativismo do que se considera bom ou ruim. O Kitsch traz uma falsa representação de mundo, uma ilusão. O público julga estar fruindo de uma representação original do mundo, mas na verdade goza unicamente de uma imitação secundária. Características básicas do kitsch são: imitação ou perda da autenticidade, ocupação do espaço errado, perda da função original, exagero. Na literatura, o kitsch é geralmente observado na expressão dos sentimentos e das emoções que acabam tomando forma do melodrama e da literatura popular. O autor acaba exagerando, de certa forma, usando a expressão de sentimentos para prender o leitor. O Kitsch está lado a lado com a indústria cultural, se alicerça na mídia compondo nosso cotidiano através das novelas, música e publicidade. As regravações de grandes sucessos de uma época, com novas interpretações são consideradas como kitsch. A questão da moda também, tendências que vem e vão, falsas “novidades”. Acima de tudo, principalmente nos textos, o que parece ser essencial ao conceito de kitsch é sua carga emotiva, e para ser eficiente ele precisa ser explicitamente narrativo, fácil de compreender. Gatinhos de porcelana, ursinhos de pelúcia, anões de jardim, representações de mães com bebês ou de crianças chorando, essas e outras imagens recorrentes no mundo kitsch são descritas como bonitinhas ou outros adjetivos afetuosos, que descrevem