O juízo de gosto segundo kant
Marlon Baptista
O problema do gosto no interior do projeto sistemático
O termo estética vem do grego aisthésis, que significa sensação, percepção por meio dos sentidos. Porém foi somente no século XVIII que o termo passou a se referir a uma área da filosofia que trata da apreensão da beleza e da sua expressão por meio de obras de arte. O filósofo que cunhou o termo nesse sentido específico foi Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762). Mas, de todo modo, seu sentido originário, relacionado à percepção sensorial, não se perdeu, pois a estética nomeada e entendida por Baumgarten seria justamente a ciência filosófica de apreensão do fenômeno da beleza que se apresenta por meio dos sentidos – como música, escultura, pintura e arquitetura.
O filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) fez uso do termo estética em sua Crítica da razão pura para se referir às formas puras da intuição sensível figuradas na percepção a priori do espaço e do tempo. O a priori significaantes da experiência, condição de possibilidade de toda experiência – para saber mais sobre isso, veja o texto que publiquei na Educação Pública. Kant fez uso do termoestética transcendental para designar a estrutura prévia que possuímos para receber as intuições sensíveis, no interior da qual tudo que nos aparece – todos os fenômenos – são enquadrados e apropriados. Ou seja, recebemos as intuições ou as percepções a partir de uma condição prévia residente em nós (transcendental) que assimila todas as intuições (percepções sensíveis) no interior de um determinado tempo e de um determinado espaço. A Crítica da razão pura foi a primeira etapa do projeto sistemático de Kant visando a estabelecer a abrangência e os limites de nosso conhecimento, daquilo que podemos ou não conhecer; ou seja, trata-se de filosofia teórica voltada à teoria do conhecimento. Na sequência de seu projeto está a Crítica da razão prática, onde pretende apresentar fundamentos a priori para as ações