estética
O filósofo alemão Immanuel Kant representou uma grande guinada para a filosofia alemã, até ali relegada a um segundo plano na Europa.
Kant não só colocou o pensamento alemão na ordem do dia, como fora responsável por superar a aporia existente entre o empirismo inglês e o racionalismo francês por meio de seu criticismo e, correlatamente, recuperar a filosofia do “golpe” gerado pelo ceticismo de David Hume.
Ao afirmar que os homens dispõem de uma “razão pura”, ou seja, uma razão que ainda não tomara contato com o mundo objetivo e que não passara pela experiência sensitiva, Kant defende que temos categorias e formas a priori que, apesar de não constituírem um conhecimento, servem com uma espécie de estrutura organizatória de todos as sensações que são apreendidas por meio dos sentidos.
Para Kant, nossos sentidos são responsáveis por apreender as sensações (visuais, auditivas, olfativas, etc.), porém, não conseguem chegar à essência (númeno) dos objetos dos quais emanam essas sensações. Em outras palavras, nossos sentidos operam no campo fenomênico e, desse modo, só podem apreender sensações emitidas pelos objetos sem saber realmente o que estes são em si mesmos. Se os sentidos são incapazes de conhecer os objetos em si mesmos, nossa razão também é incapaz de conhecer o transcendente. Esse discreto resumo da teoria kantiana também teve impactos sobre o campo estético e o estudo da beleza.
Como demonstra Ariano Suassuna, no que concerne à questão estética, Kant também promoveria uma verdadeira revolução, pois, até aquele instante, vigora no pensamento estético certa tendência objetivista. Essa pode ser resumida pela presença da beleza no objeto. Kant foi responsável por subverter essa lógica. A visão objetiva da beleza permitiu aos antecessores de Kant vislumbrarem a possibilidade de definir o belo.
Todavia, para Kant a beleza não é propriedade do objeto, mas é antes resultado de uma construção do sujeito em relação com o objeto. Temos assim uma postura