O indispensável papel da gramática internalizada para a aprendizagem no âmbito escolar
Infelizmente, o modo como muitos professores de Língua Portuguesa ainda têm abordado a gramática em sala de aula tem sido improdutivo, pois não tem levado os alunos a refletir sobre a linguagem, tampouco tem atendido às reais necessidades desses alunos, deixando assim uma grande lacuna no cumprimento do verdadeiro papel da gramática no âmbito escolar. Hoje em dia, é comum que a grande maioria dos alunos não domine nem veja utilidade nas regras e nomenclaturas gramaticais que lhes são constantemente ensinadas. Entretanto, essa situação comum não pode ser concebida como algo normal. Não pelo fato de grande parte dos alunos não dominar nem ver utilidade nas regras e nomenclaturas gramaticais, mas sim pelo fato de essas regras e nomenclaturas serem paulatinamente ensinadas com fim em si mesmas. Isso não significa que tais regras e nomenclaturas gramaticais devam ser abominadas, porém, o ensino da gramática não deve estar voltado a meras regras e nomenclaturas totalmente dissociadas de práticas reais que ajudem o aluno a refletir significativamente sobre a sua língua. Além disso, a gramática não pode ser vista apenas como o lugar reservado ao ensino de preceitos acerca do que é certo ou errado, bom ou ruim, correto ou incorreto; assim como o trabalho com a Língua Portuguesa não pode partir de concepções teoricamente limitadas acerca do que seja a linguagem humana. Nesse sentido, podemos falar em gramática internalizada que, segundo Avelar (2011, p.7), é “entendida como um conjunto de regras naturalmente adquirido pelos falantes, que define a fonologia, a morfologia e a sintaxe da sua língua”. Muito antes de ingressar na escola, as crianças recorrem a balbucios que lhes ajudam a descobrir e usar naturalmente o sistema de regras da língua à qual se encontram expostas. Qualquer criança a partir dos seis ou sete anos conhece intuitivamente a