O Homem moderno
Completando três meses na direção da Universidade de São Paulo, dirijo-me à comunidade uspiana para compartilhar as informações que recolhemos nesse período.
Desde logo, deixo claro que todas as informações disponíveis foram sendo transferidas aos atuais dirigentes da USP, que tiveram que conviver, a partir de fevereiro, com a realidade que encontramos. No entanto, depois de aprofundar o conhecimento sobre a situação orçamentária da Universidade, antes compartilhada por poucas pessoas, entre as quais não estavam incluídos os Pró-Reitores, sinto-me no dever de esclarecer aos professores, funcionários técnicos e administrativos e estudantes sobre as dificuldades que teremos de enfrentar, nos próximos anos, para recolocar a USP em situação de normalidade financeira. Parto do pressuposto de que, trabalhando com absoluta transparência e contando com a participação de todos, poderemos ter sucesso nessa empreitada que é de interesse e responsabilidade comum.
A primeira informação que temos que enfatizar diz respeito à reserva financeira que a Universidade construiu, ao longo dos anos, para que pudesse se defender de eventual crescimento no gasto com aposentadorias, com o pagamento de demandas judiciais, bem como em investimentos de grande monta. Pois bem, a USP possuía, no final de 2012, a considerável quantia de R$ 3,23 bilhões, incluído nesse valor quase R$ 1 bilhão de receitas próprias, convênios e economia orçamentária que várias Unidades fizeram durante os últimos anos. No final de 2013, essa reserva havia baixado para R$ 2,56 bilhões. Mais preocupante é a velocidade com que ela continua caindo. Apenas nos três primeiros meses do ano corrente, passou para R$ 2,31 bilhões (saldo em 04/abril/2014), em função de compromissos assumidos anteriormente e que