O homem moderno
Uma das mais importantes exploraçãoes do homem, se não a maior delas, é a exploração de sim mesmo, do seu propprio mundo intrapsiquico. Aprender a se interioriza, a criar raízes mais profundas dentro de si mesmo, a explorar a história intrapsiquica arquivada na memória, a questionar os paradigmas socioculturais, a trabalhar com maturidade as dores, perdas e frustrações psicossociais, aprender a desenvolver consciência critica, a conhecer os processos básicos que constroem os pensamentos e que constituem a consciência existencial são direitos fundamentais do homem. Porém, frequentemente, esses direitos são exercícios com superficialidade na trajetória da vida humana. Um dos principais motivos do aborto desses direitos é que o homem moderno tem vivido uma dramática crise de interiorização. O ser humano, como complexo ser pensante, é um exímio explorador. Ele explora, ainda que sem a consciência exploratória, até o mesmo o meio ambiente intra-uterino, através dos malabarismos fetais e da deglutição do liquido amniótico. E, ao nascer, em toda a sua trajetória existencial, explora o mundo que o envolve, o rico pool de estímulos sensoriais e interpreta-os. Pelo fato de experimentar, desde sua mais tenra história existencial, os estímulos sensoriais que esquadrinham a arquitetura do mundo extrapsiquico, o homem tem a tendência natural de desenvolver uma trajetória exploratória exteriorizante. Nessa trajetória, ele se torna cada vez mais intimo do mundo em que está, o extrapsiquico, mas, ao mesmo tempo, torna-se um estranho para si mesmo. O homem moderno, em detrimento dos avanços da ciência e da tecnicidade, vive a mais angustiante e paradoxal de todas as solidões psicossociais, expressa pelo abandono de si mesmo na trajetória existencial. A pior solidão é aquela em que nós mesmos nos abandonamos, e não aquela em que