O grego como modelo universal
● Suas origens filosóficas:
A gramática tradicional, como tantas outras das nossas tradições acadêmicas, remonta à Grécia do séc. V a.C.. Para os gregos a “Gramática” foi desde o inicio uma parte da “Filosofia”, isto é, era uma parte da sua indagação geral sobre a natureza do mundo que os cercava e das suas instituições sociais.
● O período alexandrino:
Com o estabelecimento da grande biblioteca da colônia grega de Alexandria, no inicio do séc. III a.C., essa cidade tornou-se o centro de intensa pesquisa literária e linguística.
A admiração pelas grandes obras literárias do passado encorajou a crença de que a própria língua na qual elas tinham sido escritas era em si mais “pura”, mais “correta” do que a fala coloquial corrente de Alexandria e de outros centros helênicos.
Desde o inicio, a cultura linguística grega se interessou, sobretudo pela língua escrita. O termo gramática, que os gregos aplicavam ao estudo da língua, dá testemunho disso: deriva da palavra que significa “a arte de escrever”. Não se fazia uma distinção consistente entre os sons e as letras que os representavam. Na medida em que se percebia alguma diferença entre a língua falada e a língua escrita, a tendência era sempre considerar a primeira como dependente e derivada da segunda. O interesse dos alexandrinos pela literatura apenas reforçava essa tendência.
● A gramática grega:
Atribuiu-se a Protágoras, um dos mais antigos e mais influentes sofistas do séc. V a.C., a distinção dos três gêneros em grego. Até onde sabemos, foi Platão (429-347 a.C.) quem primeiro distinguiu claramente entre os substantivos e os verbos. Devemos notar, contudo, que as duas classes de palavras definidas por Platão como “substantivos” e “verbos” não compreendiam exatamente as classes que foram assim rotuladas nos sistema posteriores de analise sobre os quais se baseiam as gramáticas escolares. Segundo Platão, os “substantivos” eram termos que funcionavam nas frases como