O fogo e as cinzas
No entanto, o narrador recorre a analepses para relatar a história: “Foi isto que me estragou trinta anos de vida”; “… amarfanha-me a raiva de não poder voltar atrás, mudar o tempo…”; “Passávamos as tardes de castigo…”; “… e mais tarde os bailes desordeiros do campo e a noite sem lei das ruas da vila passaram a ser o nosso mundo”; “Veio um dia, e vimo-nos obrigados a mudar de rumo”.
Para mais tarde voltar ao presente, uma tarde: “Olho para o relógio. Quatro horas”
Mas, para conhecer melhor a história, o narrador volta a recuar no tempo: “Por esse tempo, a vila andava acesa em discussões…”; “Vai fazer trinta anos que a coisa aconteceu. Uma tarde…”; “Mas chegou um dia à força de tanto ouvir…”; “Noites depois, acordei…”; “Andei o resto da noite de rua em rua…”
B) Espaço: O espaço onde o narrador se encontra é o café, mas os espaços vão mudando consoante o rumo que o narrador dá à história, de casa passa para o café, e as memórias levam-no para a escola ou para as ruas da vila: “… saio de casa direitinho ao café…”; “… fui sentar-me, desconfiado, na mesa do canto”; “Eu chegava sempre primeiro ao café”; “Na escola éramos temidos”; “O largo, e mais tarde os bailes desordeiros do campo e a noite sem lei das ruas da vila…”; “Como que saindo da névoa do fumo do tabaco que enche o café, André Juliano surge do outro lado da mesa”; “… a vila andava acesa…”; “… corri para a rua… Cortei pela Rua Direita, passei a praça, e desci…”; “Sento-me em qualquer parte – em casa ou aqui, no café – bebo a minha xícara, faço um cigarro”.
C) Personagens: as personagens da história são: Portela (narrador), Mestre Poupa, André Juliano, Antoninha das Dores, Chico Biló, Maneta, pai de André Juliano, Jaime Ursulino, Elias Tarro, bombeiros, Jerónimo Alfaiate, habitantes da vila e clientes do café.
D)